Estas construções constituem um
perfeito exemplo de uma solução de aproveitamento energético de enquadramento
paisagístico e de formas arquitetónicas adaptadas às condições locais.

Espalhados um pouco por toda a
freguesia, os moinhos surgem por vezes, sob formas toscas e rudimentares e são
um testemunho de um processo de moagem ancestral. A adaptação de um par de mós,
ligadas através de um eixo a uma roda horizontal movida a água, representou uma
das técnicas mais evoluídas de moagem e de uma forma de aproveitamento de
energia praticamente universal na região.

São usualmente construções de
pequenas dimensões, em alvenaria de granito, encontrando-se implantadas
próximos de rios, riachos, levadas e em terrenos declivosos. A configuração do
terreno permitia a formação de dois níveis: o superior onde se localiza a
moenda e onde o moleiro trabalha; o inferior o cabouco, onde está o rodízio,
junto à levada ou caudal do rio que o faz mover.

A água é orientada através de uma
levada, para um dispositivo de acumulação de água – o cubo. Esse cubo,
construído maioritariamente em granito e com forma cilíndrica, permite que a
água ganhe pressão suficiente, para melhor movimentar o rodizio. Existem na
freguesia dois tipos de moinhos, de acordo com a orientação do cubo – Moinho de
cubo inclinado, ou moinho de cubo vertical.

Também conhecido por pisão,
noutras terras, representa um raro equipamento tradicional de tratamento do
burel, feito com lã de ovelha.

Funcionava como os moinhos, com
uma orientação de água por levadas e com uma condução por cubos para o engenho.
O pisão funcionava com duas pás de madeira que batiam alternadamente na lã e a
comprimiam de tal forma que permitia transformar a lã num tipo de tecido
compacto – o burel – praticamente impermeável e muito utilizado nas capas
usadas pelos pastores e camponeses. A lã era frequentemente molhada com água
quente durante o processo de compressão.