Nos montes de Parada do Monte são frequentemente avistados grupos de garranos (eguadas). No entanto, se queremos aumentar a probabilidade de observar este belo animal devemos ter alguns fatores em conta. Por exemplo, a época do ano e as condições climatéricas. Os animais tendem a proteger-se das temperaturas extremas, refugiando-se do frio, mas também procurando zonas de sombra, mais fechadas e frescas, nos períodos de maior calor. Durante o inverno as manadas tendem a procurar zonas de menor altitude, nas áreas de vale mais abrigadas. Já nos períodos quentes de verão, apesar de permanecerem nas áreas de maior altitude, tendem a descer nos períodos de maior calor para zonas ensombradas, os “mosqueiros”. Nas zonas de bosque, onde os animais se protegem das temperaturas extremas do inverno e do verão, a observação pode ser dificultada pela diminuição da visibilidade.
O Garrano é uma raça autóctone de equídeos portugueses característicos da região minhota. Apesar de não serem considerados completamente selvagens, estes animais vivem, na sua maioria, em meio natural, em regime de liberdade, recriando padrões de comportamento semelhantes aos seus antepassados silvestres.
Até meados do século XX, os garranos constituíram um importante meio de tração, transporte e correio nas viagens no norte da península. Com a mecanização da agricultura e o consequente desinteresse pelo garrano como auxiliar na lavoura tradicional, muitos produtores acabem por “abandonar” o animal. É então que o garrano regressa à montanha, ao seu habitat natural, recuperando a sua liberdade e voltando a adquirir um papel importante nestes ecossistemas.
O garrano encontra-se hoje ameaçado de extinção, restringindo-se a algumas zonas do noroeste português e da Galiza, sendo na região do Minho que se mantêm os maiores grupos (manadas) e o maior número de indivíduos registados.
Atualmente a maior parte dos animais vive em estado de liberdade (semisselvagem), permanecendo o ano inteiro na serra. O seu estado semisselvagem representa uma importante atração regional, que tem vindo a ser valorizada e explorada pelos agentes privados para a promoção de atividades lúdicas e de recreio associadas ao turismo equestre e às atividades na natureza.