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Brandas de Parada do Monte

As Brandas terão sido primitivas áreas de pastagem onde se fixavam pastores e rebanhos durante a época estival, para que fossem poupados os pastos das zonas mais baixas, próximos dos lugares de “residência fixa”, para a alimentação do gado nos restantes meses do ano.
O movimento migratório sazonal para as brandas poderá também ter justificação no aumento populacional ocorrido em Parada do Monte no pós-revolução agrícola. O aumento do número de famílias terá sido acompanhado pelo crescimento do número cabeças de gado, sendo insuficiente as áreas de pasto situadas na proximidade das áreas habitadas. Por outro lado, com a revolução na agricultura, introduziram-se novas culturas como o milho, que passou a ocupar espaços até então utilizados como pastos para o gado. Os pastores viram-se então na necessidade de subir o gado para a montanha, para encontrar novos pastos. Terão, assim, surgido as primeiras brandas, que mais não seriam do que conjuntos de construções muito rudimentares, implantadas de forma concentrada na proximidade dos prados de montanha, com condições mínimas para abrigo de pastores (abrigos) e do gado (cortelhos).
Estes povoamentos temporários foram, aos poucos, sofrendo melhorias significativas, sobretudo ao nível do edificado. Os brandeiros, assim se chamam os homens que usam as brandas, que passavam largos meses nas brandas, com as suas famílias, viviam em comunidade, apoiando-se mutuamente, num sistema, relativamente complexo, de organização social, económica e funcional do espaço e dos recursos disponíveis.
Outrora muito mais vivas e dinâmicas, as brandas tendem a transformar-se em lugares de férias, de encontros familiares, de festa, de visita, muito embora algumas famílias ainda mantenham atividades nas brandas, mas já não as habitam em permanência, na época de verão, como antigamente. Dependendo da época do ano, poderá dar-se o caso do pequeno lugar se encontrar completamente vazio, sem qualquer residente ou animal. Vale a pena observarmos a estranha tranquilidade. Apesar de “vazia” a branda está razoavelmente conservada, os campos agrícolas estão mantidos, as casas erguidas, muitas até recuperadas, a Capela está bem estimada, as levadas continuam a conduzir a água… Agora os brandeiros não precisam de ficar, podem ir à branda e regressar à sua casa de habitação principal no próprio dia.


  • Categoria:Património

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